Os aplausos ainda ecoavam do lado de fora, abafados pelas paredes grossas do corredor dos bastidores. Melia atravessava o caminho apressada, com o corpo encolhido e os braços cruzados na frente do peito, tentando esconder o corpo nu e exposto, já que havia saído do palco completamente pelada. Estava totalmente exposta, a calcinha jogada no palco, o sutiã arrancado diante de dezenas de olhos famintos, e agora… agora só restava o arrependimento pressionando o peito. Mas não tinha opção, sabia disso, no entanto, saber não diminuía a vergonha e o nojo que sentia de si mesma agora.
A morena empurrou a porta do camarim e entrou como um furacão, puxando o roupão pendurado na cadeira com as mãos trêmulas. Vestiu a peça como quem apagava um incêndio e então se sentou diante do espelho, encarando a própria imagem deformada pelas lágrimas que ameaçavam escorrer.
A máscara branca ainda cobria metade do rosto, mas os olhos... os olhos estavam vermelhos, ardendo. Ela fungou baixo, tentando manter o