O homem as encarou de soslaio, mas não disse nada, aquela não era uma cena tão estranha para os arredores daquela boate. O silêncio pesado dentro do carro só era quebrado pelo choro baixo de Melia, que abraçava os próprios joelhos, tentando se encolher no assento.
Nenhuma das duas falou durante o trajeto.
Quando o carro parou na rua mais próxima ao bairro dos renegados que o taxista se dispôs a chegar, Juno pagou e desceu com pressa, ajudando Melia a se equilibrar.
— Falta pouco, tá? A gente vai a pé agora.
Melia apenas assentiu, sem conseguir emitir som.
As ruas do bairro estavam desertas, exceto por alguns grupos de renegados encostados nas esquinas, fumando, rindo alto, encarando-as de cima a baixo com olhos cheios de malicia.
— Olha só o que temos aqui... — um deles gritou, levantando a garrafa que tinha na mão. — Duas princesinhas querendo brincar? Pago bem por vocês duas.
— Dá para sair do caminho? — Juno retrucou seca, sem diminuir o passo.
— Ei, ei, calma, gata... — outro reneg