A noite caíra pesada sobre Londres, e junto dela uma tempestade se armava com fúria. O vento rugia pelas ruas estreitas, a chuva desabava em torrentes, e o trovão fazia tremer os vidros das janelas. Dentro da residência da tia Marigold, Beatrice mantinha-se em silêncio, olhando fixamente para o papel amarrotado que ainda guardava em sua escrivaninha. A carta que não fora destinada a ela queimava sua mente e seu coração em cada linha.Oliver havia tentado vê-la durante todo o dia, mas Beatrice, firme em sua resolução, recusara-o sem uma única palavra. Para ela, aquela carta era a prova de que tudo não passava de um jogo — mais uma conquista, mais um nome em sua lista.Do lado de fora, encharcado até os ossos, Oliver Cavendish não cedia. A tempestade não o afastava, tampouco a rigidez da jovem que amava. Montado em seu cavalo, ele parou diante da propriedade da tia Marigold, o coração batendo mais forte do que os trovões.— Senhor! — exclamou um criado, correndo até ele com um guarda-ch
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