Richard apoiou os cotovelos na mesa e se inclinou para frente, os olhos fixos em mim, duros, inquisidores.— Onde ela está, Eliza? — perguntou, a voz baixa, mas carregada de urgência contida. — Onde está a Chloé?Meu peito se apertou ao ouvir o nome dela na boca dele. Por um instante, lembrei do olhar ferido da minha irmã, da recusa em sequer cogitar uma aproximação com esse homem. Respirei fundo, firmei o queixo.— Não importa. — respondi, gelada. — Ela não quer saber de você.O rosto do meu pai se contraiu por um segundo, um lampejo de dor atravessando sua expressão antes de ser rapidamente substituído pela máscara habitual de frieza.— Ela é minha filha. — disse, quase como uma defesa, como se a simples afirmação pudesse apagar décadas de ausência.— Foi você quem abriu mão desse direito, pai. — retruquei, sentindo a voz tremer, mas sem recuar. — Agora é tarde.Um silêncio denso caiu entre nós, tão pesado que parecia comprimir o ar da sala. Pela primeira vez, percebi uma fissura na
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