Eliza havia ido até o meu prédio, ligado e pedido para eu descer. Desde o primeiro segundo, eu soube que algo não estava bem. O jeito como a voz dela vacilou no telefone, a hesitação entre as palavras… aquilo não era a Eliza que o mundo conhecia. Quando entrei no carro e vi seus olhos marejados, a inquietação, o nervosismo que ela tentava disfarçar, tive a confirmação: algo a estava destruindo por dentro.
E eu, como um idiota, tinha pedido que ela dirigisse até o prédio onde morávamos quando éramos casados. Um lugar que não era lar, mas cenário de silêncios longos, frieza e mágoas. Eu sabia o que aquele endereço significava para ela. Eu sabia e mesmo assim a trouxe até aqui.
Agora ela estava chorando. Não de raiva, não de orgulho ferido, mas de dor. Uma dor tão profunda que parecia transbordar pelos olhos dela, rompendo todas as barreiras que sempre manteve erguidas diante de mim.
E eu me vi diante de uma versão de Eliza que quase nunca tinha acesso: despida de armaduras, vulnerável,