Pela manhã, o sol invadia o quarto pelas frestas da cortina. Ele se virou, preguiçoso, esperando encontrar o corpo suave ao seu lado. Não encontrou. Ainda de olhos fechados, tateou os lençóis. Ao perceber que ela não estava ali, sentou-se de sobressalto. Arrastou os lençóis sem querer, ao sair da cama, e então viu: uma pequena mancha vermelha. Ficou parado. Respirou devagar. Levantou. Pegou as roupas no chão. Sua camisa não estava. Descalço, saiu do quarto apressado, sem nem arrumar o cabelo. Ao ouvir o barulho dos passos, Manoela apareceu no corredor. Ao vê-lo sem camisa, boquiabriu-se. O peito definido, os cabelos desalinhados, o rosto sonolento. Tudo nele parecia desordenadamente atraente. — Onde está ela? Perguntou sem rodeios. — O senhor fala da criada? Manoela cerrou os punhos, tentando esconder o incômodo. — Não a chame assim! O nome dela é Amália. E, se a ouvir usar este ou outro termo para se referir a ela, não respondo por mim. Disse, passando por ela sem olhar para
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