Carlos baixou a cabeça em silêncio. O capataz de confiança de Wladimir levou o café até a casa maior, mas deixou apenas um pouco para Carlos. As mulheres, mais uma vez, teriam que se contentar com as sobras.Enquanto isso, em Sorrento… Sofia ora chorava, ora amaldiçoava Amália e Glauco. A solidão a consumia, e a raiva parecia ser a única chama que a mantinha de pé.Danilo, caído no chão frio do galpão, gemia baixo. O corpo ainda sentia as marcas da surra que levara: dois dentes bambos, os olhos inchados e doloridos, a cabeça latejando como se fosse explodir. O anfitrião, magro e abatido, recusava-se a comer. Estava fraco, quebrado, tão distante de si mesmo que parecia apenas uma sombra do homem que fora.Glauco, depois de deixar a cela de Sofia, não voltou ao escritório ou a empresa, seguiu direto para a mansão. De pijama, sem camisa, deitou-se sobre a cama. O perfume doce de Amália ainda impregnava os lençóis, provocando-lhe uma dor surda no peito. O coração batia revoltado, tomado
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