A cidade os recebeu com o mesmo cinza habitual no horizonte, mas nada parecia igual. Nem o ar, nem os passos, nem os olhares entre eles. Agora, Isadora e Lorenzo caminhavam por uma linha invisível de cumplicidade, marcada por sorrisos velados, toques furtivos e um acordo silencioso: o mundo não precisava saber, ainda não. Eles eram um casal, mas apenas no esconderijo seguro da intimidade. Na empresa, manteriam a fachada.Isadora entrou na sede da empresa com o salto firme e o olhar preparado. Mas bastou cruzar o primeiro corredor para sentir os olhares. Alguns curiosos, outros maliciosos, e uns tantos tentando juntar peças que ainda não existiam oficialmente.No andar executivo, a presença de Lorenzo era um campo magnético. Ele nem tentava disfarçar completamente. Sentado à cabeceira da sala de reuniões, olhos cravados na tela do notebook, ele erguia o olhar só para segui-la com os olhos. E quando Isadora passava, algo naquele olhar fazia seu corpo inteiro lembrar da noite anterior.A
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