Os dias que se seguiram não foram marcados por grandes acontecimentos. Não havia reviravoltas cinematográficas, nem confissões dramáticas. Mas, ainda assim, Evelyn sentia que algo essencial estava mudando — dentro dela, entre eles, e até mesmo no modo como a luz entrava pelas janelas da casa de Lucas pela manhã.A rotina, tão temida até então, começou a se construir com leveza. Evelyn escrevia em seu caderno durante as manhãs, às vezes na varanda, às vezes sentada na poltrona da sala com uma xícara de chá entre as mãos. Lucas trabalhava no estúdio, revisando fotos, organizando material antigo, rabiscando ideias que talvez virassem uma exposição — ou talvez não. Nada era certo, e essa incerteza, curiosamente, os aproximava ainda mais.Eles almoçavam juntos, riam de coisas simples, e à noite assistiam filmes antigos com legendas desligadas, tentando adivinhar os diálogos. Era um tipo de intimidade que não pedia urgência. Uma dança silenciosa entre dois corações ainda um pouco receosos,
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