Aquela semana parecia ter decidido testar todos os limites de Elize. Depois do almoço com Henrique, tudo engrenou num ritmo frenético. O expediente não era tão intenso, mas agora, com o desafio de Augusto sobre o processo perdido, Elize se desdobrava em três versões de si mesma: a estagiária que dava conta das tarefas do dia a dia, a universitária que precisava manter as notas altas, e a investigadora quase obsessiva que lia e relia o processo até os olhos arderem. Dormia pouco, comia correndo, e andava com o fichário a tiracolo como se fosse uma extensão do próprio corpo. Mesmo assim, não reclamava. Cada página lida, cada jurisprudência anotada, cada madrugada em claro era combustível para o que sentia: uma vontade real de provar seu valor. Não apenas para Augusto, mas para si mesma. E talvez... para mais alguém. O fim de semana chegou como um alívio. No sábado, ela limpou a casa, organizou os estudos e, no domingo à tarde, preparou um café simples — bolo de fubá, pão de quei
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