O silêncio que pairava na sala depois do desabafo de Elize era denso, mas não desconfortável.Era o tipo de silêncio que acolhe, não que oprime. Ela estava abraçada a Henrique, com o rosto encostado no peito dele, sentindo o coração dele bater firme, constante, como se dissesse que ela estava segura.Pela primeira vez em anos, ela não precisava ser forte. Não precisava correr. Apenas... existir. Henrique não disse nada logo de cara. Não tentou quebrar o clima com uma piada nem buscou palavras grandiosas. Ele apenas manteve os braços ao redor dela, firmes, mas gentis. E Elize sentiu, naquele abraço demorado, mais proteção do que em qualquer outro lugar do mundo. Ela inspirou fundo e soltou o ar devagar, como se esvaziasse um peso antigo. A dor ainda existia, mas não era mais sufocante. Pela primeira vez, alguém sabia da sua história — toda ela — e ficou. Com delicadeza, ela se afastou do peito dele, sem desfazer totalmente o contato. — Desculpa por jogar isso em você logo cedo —
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