A noite chegou com pressa, como se tentasse apagar o rastro dos dias anteriores. O céu, tomado por nuvens espessas, parecia carregar o mesmo peso que Helena sentia no peito. As descobertas recentes se empilhavam na sua mente como livros abertos que ela não conseguia fechar. Datas, nomes, falas desconexas... Tudo se cruzava com uma frequência assustadora. A matéria que estava escrevendo, em segredo, já não era mais sobre música. Era sobre sangue. No chão do apartamento, ela espalhou os papéis — registros de desaparecimentos antigos, entrevistas arquivadas, manchetes esquecidas. Em todos eles, um elemento comum surgia sutil: o nome artístico de Lucky Valley começava a aparecer nas entrelinhas dos escândalos. Não de forma direta. Nunca de forma direta. Mas sempre... próximo demais. — Não pode ser coincidência. — ela murmurou, passando a mão pelo rosto, cansada. Na tela do notebook, os olhos intensos de Lucky apareciam congelados em um frame
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