Não me beije de novo… enquanto ainda tiver outra mulher acreditando que você é dela.
Horas depois...AnnaA luz que entra pela fresta da cortina é delicada, dourada, quase tímida. Ela beija meu rosto como um afago, mas não me acorda de verdade.O que me desperta... é o calor.O calor de um corpo que ainda está aqui.Abro os olhos devagar, como quem teme que tudo tenha sido só um sonho. Como quem tem medo de que a realidade, sempre tão dura, venha me arrancar o que o coração mal começou a aceitar. Meus dedos deslizam pelo lençol e encontram pele. A dele. Quente. Real. Presente.Raul está deitado de lado, virado para mim. Os olhos fechados, o rosto sereno, os cílios espessos descansando sobre a pele. A respiração dele é lenta, profunda. O peito sobe e desce com um ritmo que embala, que acalma, como se o sono ainda o envolvesse numa paz rara.E pela primeira vez, desde que meu pai se foi... há paz no meu quarto.Uma paz que não grita. Que não pede licença. Que só... se instala.Como se, por alguns minutos, o mundo lá fora tivesse perdido a urgência. Como se a ausência qu
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