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31. Um lamento .
De longe, o rei Lucius Castas de Heits observava a família Norton se afastando do jardim. Seus olhos, treinados e sagazes, captavam cada movimento, cada gesto tenso. Nada passava despercebido à sua percepção aguçada — o modo como Altair caminhava adiante das filhas, como sua mão direita, fechada em punho, vibrava discretamente de frustração. A maneira como Kaelara lançava olhares furtivos para trás, como se relutasse em partir. Lucius podia sentir a tempestade não dita que pairava sobre aquela família, mesmo sem ouvir uma única palavra. Ao seu lado, passos apressados soaram contra o solo de pedras lisas. O príncipe Noctis aproximava-se rapidamente, a expressão no rosto jovem uma mistura de confusão, irritação e, acima de tudo, incompreensão. — Pai — chamou ele, sua voz ansiosa quebrando o breve silêncio que pairava entre eles. Lucius não respondeu de imediato, preferindo manter os olhos fixos nas costas cada vez mais distantes dos Norton. O vento agitava as vestes cerimoniais do re
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32. Um trecho de uma guerra antiga.
Do lado de fora, o vento fresco da noite começava a soprar pelos jardins do castelo de Heits, trazendo consigo o cheiro das flores e o murmúrio abafado da festa que ainda acontecia à distância. A claridade dourada do pôr do sol começava a desaparecer, dando lugar a tons azulados e violetas que pintavam o céu. Puxei minha capa mais para perto do corpo, sentindo o frio que não vinha apenas do clima, mas da confusão em meu coração. Olhei para minha irmã, sem conseguir mais suportar a incerteza que pairava no ar. — O que está acontecendo? — perguntei, minha voz carregada de preocupação e confusão. Annya suspirou profundamente, olhando para o portão por onde nosso pai havia desaparecido momentos antes. Seu rosto, normalmente tão calmo e sereno, estava tenso. — Irmãzinha — disse ela, num tom mais suave —, espere nosso pai voltar. Eu te conto tudo. Não quero falar sem ele aqui. Franzi o cenho, frustrada, mas assenti. Havia algo nos olhos de Annya que me dizia que o que estava por
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33. Raiva e frustração
Saí da sala particular sentindo que o peso do mundo havia sido jogado sobre meus ombros. As palavras do rei ainda ecoavam em minha mente como trovões distantes. Fergus Melius Drentis… Traidor. Não apenas um inimigo, mas alguém que havia destruído vidas através da traição mais desprezível. Cresci ouvindo histórias sobre os draconatos. Sempre os admirei — sua imponência, sua força, sua ancestralidade. Para mim, eram lendas vivas de honra e bravura. Agora, tudo isso parecia desmoronar como um castelo feito de areia. Segui atrás de meu pai e de Annya pelos corredores silenciosos do castelo. Meus passos eram mais lentos, como se eu carregasse correntes invisíveis amarradas aos pés. Não conseguia evitar: a admiração que um dia me encheu de orgulho agora pesava como desilusão em meu peito. O vento frio soprava através das janelas abertas, trazendo um cheiro de terra molhada e flores noturnas. Em outro momento, eu teria achado reconfortante. Agora, era apenas mais um lembrete de que o mu
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