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Todos los capítulos de Uma nova vida: Capítulo 21 - Capítulo 30
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21. Um pequeno passeio.
Depois de arrumar meus pertences no quarto, senti a inquietude crescendo dentro de mim como uma brasa acesa. Era impossível permanecer ali, presa entre paredes douradas que pareciam me observar. Decidi que era hora de sair e explorar um pouco. Ao descer a escadaria principal, uma conversa abafada capturou minha atenção. A voz era masculina, firme, com uma entonação que soava tanto disciplinada quanto entediada. Curiosa, diminui meus passos e me aproximei discretamente do som. Ao alcançar o fundo da escadaria, avistei a origem das vozes. Ali estava ele — um jovem de cabelos loiros e rebeldes, como se o vento tivesse se divertido às custas de sua aparência e ele, por puro desdém, tivesse se recusado a arrumá-los. Sua pele era clara como mármore recém-talhado, e suas roupas formais, adornadas com pequenos detalhes prateados, acentuavam ainda mais a postura impecável e fria que exibia. Sua expressão, porém, parecia eternamente entediada, como se o mundo inteiro fosse uma peça previsível
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22. Um pequeno passeio II
Seguimos pelas ruas, e enquanto caminhávamos, o silêncio tenso entre nós era preenchido apenas pelos sons da cidade que crescia e respirava à nossa volta. À sombra das imponentes torres do grande castelo, uma cidade vibrante pulsava com uma energia contagiante, repleta de sons e cores que despertavam todos os sentidos. As ruas eram adornadas com uma profusão de bandeirinhas coloridas e luzes tênues que balançavam suavemente ao ritmo do vento. Barracas improvisadas se alinhavam pelas calçadas de pedra, e os aromas de alimentos assados, frutas frescas e especiarias flutuavam no ar. Residentes de diversas raças e cores interagiam animadamente — harpianos, draconatos, elfos, humanos, anões, todos misturados em um mosaico fascinante. Pequenos grupos se reuniam em praças para tocar música, dançar ou apenas conversar em línguas que eu mal reconhecia. Era como se Heits fosse uma canção viva, cheia de harmonias inesperadas. Não pude deixar de me sentir deslumbrada com a diversidade que s
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23. Um pequeno passeio III
— Que tal andarmos um pouco mais? — sugeri, lançando um olhar curioso para Noctis. Ele não pareceu se opor, apenas assentiu brevemente. Assim, continuamos a percorrer as ruas, olhando algumas barracas e desfrutando do ambiente vibrante ao nosso redor. A curiosidade ainda pulsava em meu interior, mas a companhia do príncipe era uma responsabilidade que não podia ser ignorada. Enquanto caminhava pelo mercado, uma pequena comoção em uma das barracas chamou minha atenção. Intrigada, aproximei-me para ver o que estava acontecendo. As pessoas, percebendo a presença de Noctis, abriram caminho com reverência, alguns até gritando animadamente: — Viva vossa majestade, o príncipe! Sorrindo discretamente diante da cena, reconheci a voz que ecoava sobre o burburinho: — …e o preço varia de bronze a prata, dependendo do tamanho e do detalhismo do pedido! “Rynriel?” — pensei, surpresa e animada. Aproximando-me, vi Rynriel trabalhando em sua barraca, cercado por pilhas de madeira cuidadosamente
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24. Enquanto isso no castelo.
Enquanto Annya e seu pai se aproximavam, a Rainha Beatrice — majestosa em seu vestido de veludo azul-escuro, bordado com fios dourados que cintilavam suavemente à luz dos lustres — ergueu-se de seu assento, abrindo um sorriso caloroso que iluminou ainda mais o ambiente. — Então esta é a jovem Annya! — exclamou Beatrice, a voz cheia de alegria genuína. — Ouvi tanto falar de você que sinto como se já a conhecesse pessoalmente. Venha, minha querida! Annya sorriu, um pouco tímida diante de tamanha recepção, mas realizou uma reverência elegante antes de se aproximar. — Espero que tudo o que ouviu tenha sido bom, majestade — disse Annya, com uma pitada de humor na voz, tentando aliviar a tensão que sentia. — Ou terei que defender minha honra aqui mesmo. A Rainha soltou uma risada melodiosa, sem o menor resquício de formalidade rígida. — Oh, não se preocupe! Tudo o que ouvi foi maravilhoso! — respondeu Beatrice, inclinando-se um pouco para frente, como quem partilha uma travessura. — Ma
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25. Fim do passeio.
— Quer que a escultura tenha mais ou menos que tamanho? — perguntou rynriel, seus olhos atentos fixos no príncipe Noctis. Seu tom era calmo, porém firme, como o de alguém que leva a sério cada obra que cria. — E pela sua descrição, seis moedas de bronze é o preço de uma peça pequena. O príncipe Noctis sorriu, demonstrando genuíno apreço pela atenção cuidadosa de rynriel. Havia algo reconfortante naquela simplicidade direta, algo que lhe fazia lembrar das épocas em que suas responsabilidades ainda não o haviam consumido. — Sim, exatamente. — respondeu Noctis, a voz firme e clara. — Quero que a águia seja uma peça impressionante, com detalhes precisos nas penas, nas garras… nas asas abertas como se estivesse prestes a alçar voo. Algo que capture a essência da liberdade. rynriel anuiu, as sobrancelhas franzidas em concentração, como se já visualizasse a peça à sua frente. Ele segurou o bloco de madeira com uma leveza hábil, girando-o entre os dedos, avaliando suas possibilidades. — E
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26. Um jantar amistoso.
Chegamos ao salão de jantar exatamente no momento em que os criados começavam a servir as primeiras travessas, e o aroma delicioso de carnes assadas, pães frescos e ervas aromáticas invadiu o ar, provocando uma reação quase imediata: meu estômago roncou alto, arrancando de mim uma expressão de leve embaraço. As grandes portas do salão estavam escancaradas, revelando um espaço majestoso: o teto era alto, sustentado por colunas de mármore branco, e tapeçarias douradas, bordadas com cenas da história de Heits, adornavam as paredes. Um longo tapete carmesim corria pelo centro do salão, conduzindo até a mesa, que se estendia como um rio de prata e cristal. Candelabros pendiam do teto, lançando uma luz dourada e suave sobre os rostos ali reunidos. Encontramos nossos lugares à mesa, guiados por um criado que anunciava nossos nomes com voz cerimoniosa. No entanto, a atmosfera, ao contrário da formalidade inicial, logo se tornou descontraída. Minha irmã Annya, com sua facilidade natural para
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27. Manhã seguinte.
Acordar naquela manhã tinha sido uma luta. Meu corpo inteiro doía, como se os sonhos da noite anterior tivessem sido tão intensos que se transformaram em pesos sobre meus músculos. Tive sonhos lúcidos, vívidos demais, onde imagens de portas douradas, florestas antigas e vozes distantes assombravam minha mente. Mesmo acordada, essas memórias pairavam no ar como uma névoa persistente, tornando difícil separar o que era real do que era ilusão. Suspirei fundo, tentando espantar o cansaço. Hoje seria um dia movimentado, o chamado “encontro amigável” organizado pela realeza — mas todos sabiam que, na prática, tratava-se mais de um grande baile de exibição, um evento para selar alianças, impressionar convidados e, claro, manter as aparências impecáveis. Fui até a janela do quarto, afastando suavemente as cortinas. De onde eu estava, podia ver uma parte do jardim do castelo. Era um cenário de constante movimento: jardineiros carregavam vasos pesados, posicionando-os com precisão matemátic
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28. No jardim.
Passamos a manhã e boa parte da tarde nos preparando para a tão esperada “pequena conversa” — um nome modesto para algo que, nitidamente, era muito mais grandioso do que se queria fazer parecer. Meu quarto se transformou num verdadeiro camarim improvisado: vestidos dispostos sobre a cama, acessórios espalhados em cima da penteadeira, perfumes e maquiagens misturados como uma paleta viva de intenções. Sentei-me diante do espelho, concentrando-me em meu reflexo. Caprichei no cabelo, como nunca antes. Trancei cada mecha com cuidado, deixando-as se entrelaçarem com delicadeza até formar um coque alto e firme, preso por pequenos grampos dourados. O penteado conferia-me uma postura elegante, e a visão me surpreendeu: havia em mim um traço de nobreza que até então desconhecia. Escolhi uma calça de tecido leve e macio, ajustada ao corpo de maneira que realçava minhas curvas sem ser excessiva. Ela era de um azul profundo, como o céu noturno sem estrelas. Para a parte superior, optei por uma
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29. Uma conversa com o príncipe
Pela primeira vez desde que chegamos ao jardim, avistei o rei de Heits. Ele estava em um dos pontos centrais da festa, uma figura imponente que parecia dominar o espaço ao seu redor sem esforço. Seus trajes, de um azul profundo bordado com fios dourados, reluziam sob as luzes penduradas entre as árvores, e mesmo entre tantos líderes poderosos, era impossível não notar sua presença. Observei em silêncio, notando o porte firme, o olhar aguçado, o modo como as pessoas se inclinavam levemente ao se dirigir a ele. O príncipe Noctis, sem dúvida, herdara essa mesma presença marcante, embora a juventude ainda emprestasse a ele um ar mais maleável, quase encantador. Mesmo assim, algo me incomodava. Desde que descemos para os jardins, senti os olhares pesando sobre nós. Era como se estivéssemos sob constante escrutínio, avaliadas a cada gesto, cada palavra, cada sorriso. A maioria das pessoas ali eram humanos — incluindo, claro, os anfitriões —, mas também havia representantes de outras raças
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30. O que está acontecendo?
Depois de uns longos minutos esperando pelo príncipe Noctis, sentada sozinha àquela mesa isolada, senti a inquietação crescer dentro de mim como uma erva daninha. Meus olhos percorriam o jardim, tentando disfarçar o incômodo. Já era o bastante. Levantei-me com um suspiro, alisando a calça de tecido leve que usava, e comecei a caminhar sem rumo definido. Talvez uma volta pelo jardim acalmasse minha mente. O sol, em seu lento declínio, lançava uma luz dourada e quente sobre o jardim, tingindo as flores e árvores de tons alaranjados e púrpura. O perfume doce das pétalas recém-desabrochadas se espalhava no ar, misturando-se com o aroma sutil da grama cortada e da terra úmida. O ambiente parecia tranquilo, quase onírico, como se fosse um recanto separado do resto do mundo. Caminhei por entre os canteiros decorados, sentindo a brisa suave brincar com as mechas soltas do meu cabelo. Pequenas fadas-luz — insectoides encantados, comuns nos jardins mais antigos — flutuavam entre os arbustos,
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