29. Uma conversa com o príncipe
Pela primeira vez desde que chegamos ao jardim, avistei o rei de Heits. Ele estava em um dos pontos centrais da festa, uma figura imponente que parecia dominar o espaço ao seu redor sem esforço. Seus trajes, de um azul profundo bordado com fios dourados, reluziam sob as luzes penduradas entre as árvores, e mesmo entre tantos líderes poderosos, era impossível não notar sua presença. Observei em silêncio, notando o porte firme, o olhar aguçado, o modo como as pessoas se inclinavam levemente ao se dirigir a ele. O príncipe Noctis, sem dúvida, herdara essa mesma presença marcante, embora a juventude ainda emprestasse a ele um ar mais maleável, quase encantador. Mesmo assim, algo me incomodava. Desde que descemos para os jardins, senti os olhares pesando sobre nós. Era como se estivéssemos sob constante escrutínio, avaliadas a cada gesto, cada palavra, cada sorriso. A maioria das pessoas ali eram humanos — incluindo, claro, os anfitriões —, mas também havia representantes de outras raças
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