32. Um trecho de uma guerra antiga.
Do lado de fora, o vento fresco da noite começava a soprar pelos jardins do castelo de Heits, trazendo consigo o cheiro das flores e o murmúrio abafado da festa que ainda acontecia à distância. A claridade dourada do pôr do sol começava a desaparecer, dando lugar a tons azulados e violetas que pintavam o céu.
Puxei minha capa mais para perto do corpo, sentindo o frio que não vinha apenas do clima, mas da confusão em meu coração.
Olhei para minha irmã, sem conseguir mais suportar a incerteza que pairava no ar.
— O que está acontecendo? — perguntei, minha voz carregada de preocupação e confusão.
Annya suspirou profundamente, olhando para o portão por onde nosso pai havia desaparecido momentos antes. Seu rosto, normalmente tão calmo e sereno, estava tenso.
— Irmãzinha — disse ela, num tom mais suave —, espere nosso pai voltar. Eu te conto tudo. Não quero falar sem ele aqui.
Franzi o cenho, frustrada, mas assenti. Havia algo nos olhos de Annya que me dizia que o que estava por