Everton Narrando Estava no escritório, os papéis espalhados pela mesa, mas minha cabeça longe dali. Desde a última conversa com a Priscila, eu andava com o coração acelerado e a mente inquieta. Nem o silêncio que costumava me concentrar ajudava mais.Ouvi a campainha tocar na recepção e nem levantei os olhos. Devia ser alguma cliente atrasada ou a secretária com mais uma intimação. Só que, segundos depois, ouvi batidas leves na porta do meu gabinete.— Pode entrar — falei, ainda sem levantar.Quando a porta se abriu e ouvi a voz:— Everton?Levantei o olhar e congelei por um segundo. Não era cliente, não era a secretária. Era uma senhora, elegante, cabelos grisalhos bem cuidados, olhar firme… reconheci na hora. Neuza. Mãe da Priscila.Me levantei imediatamente.— Dona Neuza? O que a senhora tá fazendo aqui?Ela deu um passo à frente, sem perder a calma.— Vim conversar com você. Podemos?Engoli seco. Se ela veio até aqui, não era pra falar de clima ou política. Era sobre a filha dela
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