Sophie Narrando
Fiquei parada ali na porta por alguns segundos depois que o Everton foi embora. O silêncio do apartamento parecia zombar de mim, como se cada canto repetisse a mesma frase: “você perdeu”.
Mas eu não perdi. Ainda não.
Fechei a porta devagar, sentindo o sangue ferver nas veias. Ele teve a ousadia de vir até aqui, me enfrentar, dizer que ama aquela... Priscila. Como se eu fosse descartável. Como se tudo o que vivemos fosse nada.
Respirei fundo, encostando na parede da sala. Ele acha que é fácil assim? Que pode entrar aqui, cuspir aquelas verdades dele e me deixar no chão?
Ele me subestima. E isso vai ser o maior erro dele.
Peguei meu celular, abri a galeria e olhei algumas fotos antigas nossas. Era só questão de tempo até eu lembrar ele de quem realmente somos juntos. Everton e Sophie. Sempre fomos fogo. Sempre fomos paixão e loucura. E essa bobagem de amor com final feliz que ele pensa viver com a Priscila... vai desmoronar.
Porque eu sou capaz de tudo. E se ele não vai