Neuza Narrando
Depois que desliguei o telefone com a Priscila, fiquei alguns segundos parada, sentindo o sangue ferver nas veias. O que ela me contou me deixou indignada. Mexeram com a minha filha. Exibiram a vida dela como se fosse espetáculo de circo. Mentiram, distorceram, invadiram.
E isso, eu não vou aceitar.
Mas nada me revolta mais do que ver alguém machucando quem eu amo. Priscila é minha filha, meu sangue. Pode ter os seus defeitos como todo mundo, mas não merece ser humilhada, muito menos dessa forma tão covarde.
Não consegui dormir depois daquela ligação. Levantei da cama, fiz um café forte e sentei com meu caderno de anotações. Eu sou velha guarda, gosto de escrever o que penso, organizar ideias. E agora, mais do que nunca, eu precisava de um plano.
Anotei tudo o que Priscila me falou. Horários, redes sociais, os nomes que apareceram nos prints. Não sou nenhuma detetive, mas conheço gente que conhece gente. E vou atrás. Vou puxar fio por fio até encontrar quem está por t