Everton Narrando
Ver a Priscila naquele hospital, com os olhos marejados e o coração apertado por causa do filho, me desmontou. Eu conheço o medo. Já encarei a morte de perto, já perdi gente importante… mas nada me doeu mais do que ver ela tentando ser forte enquanto o Luiz gemia de dor.
E ver aquele menino… confiando em mim, segurando minha mão como se eu fosse algum tipo de porto seguro, mexeu comigo de um jeito que eu ainda não sei explicar. A verdade é que eu já me apeguei a ele. A Priscila, eu nunca deixei de sentir. Mas o Luiz… ele me ganhou.
Quando o médico falou que era só uma fratura leve, eu quis comemorar, mas me segurei. Em vez disso, fiz o que meu coração mandou: carreguei o pequeno no colo e levei ele até o carro como se fosse meu. Como se sempre tivesse sido.
Na casa dela, eu vi de perto o quanto ela é mãe, mulher, guerreira. E, por mais que a gente tenha tropeçado, errando lá atrás, eu só pensava em uma coisa: fazer tudo diferente agora.
Depois que o Luiz dormiu, eu e