Priscila Narrando
Quando fechei a porta depois do Luiz sair, senti um alívio silencioso preencher a sala. Não foi fácil dizer aquelas palavras pra ele — que o amor tinha acabado. Mas era a verdade. Não dava mais pra carregar algo que já não existia. O que tínhamos ficou lá atrás, em algum canto perdido entre mágoas e tentativas frustradas.
Fui até a janela e fiquei observando ele lá embaixo com o nosso filho. Ver os dois juntos me trouxe uma mistura de sentimentos… era bonito, mas também doía. Porque, no fundo, eu sabia que o Luiz estava tentando. Só que tentar agora já não bastava. Meu coração estava em outro lugar. Com outra pessoa.
E mesmo que eu ainda tivesse medo — medo do futuro, de machucar meu filho, de me machucar de novo —, eu sabia que precisava seguir meu caminho. Por mim. Por ele. Por nós dois.
Fechei a cortina devagar, respirei fundo e caminhei até o quarto. Meu menino já estava quase dormindo, mas abriu os olhos quando me aproximei.
— Mãe… o papai vai voltar amanhã?
—