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Todos los capítulos de Nos Braços do Soldado: Capítulo 51 - Capítulo 60
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Capítulo 50
O motor do caminhão rugia sob os pés dos soldados. Salvatore subiu na cabine, sentando-se ao lado do motorista, mas sua mente já estava quilômetros à frente. O rádio chiava intermitente, vozes se sobrepondo, comandos, coordenadas. Ele pegou o transmissor e pressionou o botão. — Aqui é o Capitão Salvatore. Esquadrão Alfa preparado para deslocamento. Câmbio. A resposta veio rápida, com o som estático por trás: — Central confirma. Permissão para avançar concedida. Boa sorte, capitão. Câmbio final. Ele colocou o rádio de volta no suporte, olhou pelo retrovisor para os homens no compartimento traseiro, todos prontos, concentrados, silenciosos. O veículo começou a se mover, sacudindo com o terreno irregular. Salvatore quebrou o silêncio da cabine com um murmúrio quase inaudível: — Sem margem para erros. O motorista, um rapaz jovem chamado Fede, o olhou de canto. — O senhor sempre parece calmo antes das missões, capitão. Como consegue? — Eu não estou calmo, Fede — respondeu
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Capítulo 51
O céu mudou em questão de segundos. Um assobio cortante rasgou o ar, seguido por uma explosão tão forte que o chão tremeu sob os pés dos soldados. Terra e estilhaços voaram em todas as direções. O primeiro impacto acertou a retaguarda — onde estavam os caminhões de apoio. — Bomba! Cuidado! — gritou um dos soldados, atirando-se ao chão. Salvatore caiu com força ao lado de um bloco de concreto, protegendo o rosto com o antebraço enquanto a onda de choque varria o campo. Os gritos começaram logo depois. Um chamado desesperado por socorro, o barulho de corpos sendo jogados contra o solo, e o som abafado do rádio tentando continuar ativo em meio à interferência. — Aqui é o soldado Ferraro! Capitão, fomos atingidos! Preciso de ajuda no flanco leste! — Fiquem nas posições! — berrou Salvatore pelo rádio. — Ninguém se move até confirmarmos se o bombardeio cessou! Mas não cessou. O segundo ataque veio em seguida, mais forte. Uma explosão tão próxima que atirou dois soldados para trá
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Capítulo 52
A inquietação corroía Olivia por dentro. O pressentimento ruim não a deixava em paz desde o momento em que Salvatore partiu. Ela tentara, com todas as suas forças, convencê-lo a ficar, mas ele era determinado. Servir ao seu país e ao seu esquadrão vinha em primeiro lugar. Ainda assim, a despedida deles foi dolorosa. Ela se lembrava do toque quente das mãos dele segurando seu rosto, das palavras sussurradas, carregadas de promessas que ela temia nunca mais ouvir. "Eu não posso te prometer voltar, mas eu vou dar o meu melhor para isso acontecer." Mas e se não voltasse? Os dias seguiam arrastados, e Olivia se via presa em um ciclo de medo e esperança. Ligava o noticiário a cada hora, procurando informações sobre ataques, emboscadas, qualquer coisa que pudesse indicar o que estava acontecendo no Afeganistão. Mas tudo que recebia era silêncio. Seu coração pesava no peito como se estivesse preso por correntes invisíveis. Não havia mensagens, nem ligações, apenas uma angustiante falta
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Capítulo 53
Salvatore estava vivo. Ferido, isolado e sem comunicação, mas vivo. E não era o tipo de homem que se rendia. Sangue escorria da lateral da testa, misturando-se à poeira que cobria seu rosto. Cada passo era um esforço sobre-humano, a perna latejando, mas ele mantinha os olhos atentos, os sentidos afiados. Estava em território inimigo — e qualquer barulho, qualquer sombra, podia ser uma ameaça. A lembrança da explosão voltava em flashes rápidos. Gritos. Fogo. Fragmentos voando pelo ar. Ele não sabia como havia sobrevivido, só sabia que acordara sob os escombros, sozinho. Nenhum sinal do esquadrão. Nenhum sinal de ajuda. Mas havia uma coisa que o mantinha em movimento. Olivia. Seu rosto era uma âncora em meio ao caos. Aqueles olhos verdes, a forma como ela sorria mesmo quando tentava esconder o medo. Ela havia pedido para ele não ir. Ele quase cedeu. Mas era soldado antes de qualquer coisa. E agora, cada passo era por ela. Enquanto caminhava pela trilha de destroços, Salvatore enco
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Capítulo 54
O tempo parecia se arrastar dentro daquele abrigo improvisado. Salvatore mantinha os olhos fixos na entrada, cada som do lado de fora fazendo seus sentidos se aguçarem. Mesmo ferido, não baixava a guarda. Sabia que o inimigo podia aparecer a qualquer momento, e até a equipe de resgate chegar, ele era a única proteção entre Pietro e o fim. — Capitão... — a voz de Pietro estava fraca. — Obrigado... por não me deixar. — Não me agradeça agora. Só vou aceitar se você sair vivo dessa comigo — respondeu Salvatore, com um meio sorriso que não alcançava os olhos. Pietro tentou rir, mas tossiu sangue. Salvatore imediatamente se aproximou, pegando um pano limpo para limpar o rosto do soldado. — Aguenta mais um pouco. Eles estão vindo. Você vai ver. Lá fora, o vento levantava a poeira do deserto, e o calor se tornava cada vez mais insuportável. Salvatore sabia que não podiam ficar ali por muitas horas. A estrutura era frágil, a água escassa, e o ferimento de Pietro precisava de cuidados
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Capítulo 55
Salvatore parou diante da porta da ala médica improvisada, respirou fundo e entrou. O cheiro de antisséptico misturado ao suor e à poeira impregnava o ambiente. Ao fundo, ouviam-se os sons baixos de monitores cardíacos e vozes abafadas. Um dos médicos o guiou até uma das macas, onde um de seus homens, o soldado Leone, estava acordado. Estava enfaixado, com cortes no rosto e um dos braços imobilizado, mas os olhos abertos e atentos mostravam que sua mente ainda lutava com a confusão do que tinham vivido. — Capitão… — a voz de Leone saiu arranhada, um pouco rouca. Salvatore se aproximou, sentando-se devagar ao lado da maca. Por um segundo, ficou em silêncio, observando o jovem diante dele. Aquilo mexia com ele de um jeito que não sabia explicar. Sentia-se responsável. Sentia-se culpado. — Leone — murmurou, por fim. — Você se lembra do que aconteceu? Leone engoliu em seco, os olhos se fixando no teto antes de voltar a encarar seu comandante. — Nós… fomos atingidos. Vieram de todos
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Capítulo 56
Salvatore ficou observando os soldados sendo retirados, seus corpos exaustos, mas vivos. O som das ambulâncias e dos helicópteros de evacuação preenchia o ar, mas ele sentia como se o peso da responsabilidade ainda estivesse ali, com ele, pesado como uma rocha. O que aconteceu ali, no meio daquela terra devastada, iria ficar com ele para sempre. Mas, por um breve momento, ele permitiu-se sentir uma onda de alívio. Era uma vitória, ainda que pequena diante da guerra, mas era algo. Ele olhou para os sobreviventes, agora a caminho de segurança, e sentiu um leve conforto sabendo que não teria que reportar mais mortes naquele dia. Eles haviam conseguido. Ele se afastou um pouco, indo até a borda do desfiladeiro, onde o vento quente soprou contra seu rosto. Seus pensamentos se voltaram para ela. Olivia. Ela ainda estava na base, esperando por notícias. Esperando por ele. E tudo o que ele queria, mais do que qualquer coisa, era poder dizer a ela que estava bem. Que voltaria para ela, como
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Capítulo 57
Salvatore observou o horizonte, seus sentidos aguçados a cada movimento ao redor. O som distante de helicópteros continuava, mas a situação no terreno estava longe de ser tranquila. Ele sabia que estavam a poucos passos de uma nova emboscada. Mas não havia mais tempo a perder. Ele se virou para os soldados, sua voz firme, cortando o ar tenso que os cercava. — Vamos avançar em silêncio. Não podemos nos dar ao luxo de sermos vistos. Preparam-se para eliminar qualquer resistência. Vamos garantir a evacuação e a segurança do helicóptero. Os homens confirmaram com um aceno, cada um ciente de sua responsabilidade. Com passos silenciosos, se moveram em direção à pequena base inimiga camuflada entre as rochas. A missão agora era clara: eliminar qualquer ameaça e garantir a saída segura de todos. Salvatore foi o primeiro a se mover, deslizando entre as sombras com precisão. Ele podia ouvir os murmúrios dos inimigos, mas nada o desviava de seu foco. Seus homens o seguiam com a mesma calma e
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Capítulo 58
Os braços de Salvatore ao redor dela eram tudo o que Olivia precisava para saber que, finalmente, ele estava de volta. Ela podia sentir os músculos dele tensos, a respiração pesada e o leve tremor que passava por seu corpo. Ele estava ferido. Ela sabia disso. Mas ele estava ali. Vivo. Ela pressionou o rosto contra o peito dele, ignorando completamente o cheiro de sangue seco e fumaça que ainda grudava na roupa. O cheiro dele estava ali, por trás da guerra — inconfundível, seguro, inebriante. Ela soluçou baixinho, tentando conter o choro, mas era impossível. Havia chorado tantas noites em silêncio, temendo não vê-lo nunca mais… e agora, estar ali, nos braços dele, fazia cada lágrima valer a pena. — Eu... — ela sussurrou, com a voz entrecortada pela emoção — eu sonhei tanto com esse momento… Tantas vezes me perguntei se voltaria a te ver. Salvatore... — ela ergueu o rosto devagar, encarando os olhos dele, tão escuros e exaustos, mas incrivelmente vivos. — Eu senti tanto a sua falta…
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Capítulo 59
Salvatore se olhou no espelho do banheiro, a toalha pendurada nos ombros e os cabelos ainda úmidos. O vapor do banho quente começava a se dissipar, e com ele, a tensão que ainda percorria seus músculos. Ele estava exausto, sim, física e emocionalmente — mas havia algo de silenciosamente reconfortante naquela quietude do apartamento. O cheiro de Olivia ainda pairava no ar, misturado ao aroma suave do sabonete que ela usava. Ele passou os dedos pelos curativos nos ombros e nas costelas. Doíam. Mas era uma dor suportável — porque ele tinha voltado. Porque ela estava ali. Caminhou até o quarto, vestindo apenas uma calça de moletom. Bolt estava deitado aos pés da cama, de olho em tudo como um verdadeiro sentinela. Salvatore se abaixou para fazer um carinho em sua cabeça, e o cachorro lhe lambeu os dedos, contente. — Bom garoto… — murmurou. Levantou o olhar e viu Olivia dormindo profundamente em sua cama, os cabelos espalhados pelo travesseiro, uma expressão tranquila no rosto. Ela
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