A fazenda é simples, antiga, com cheiro de madeira úmida e tempo parado. O chão range sob os passos, as janelas empoeiradas deixam a luz entrar em feixes tímidos. Não há luxo, não há conforto, só o som do vento passando pelas árvores e o canto de pássaros que ignoram o peso que Alan e Vivian carregam.Os dias passam devagar.Alan passa horas calado, andando entre os campos, observando as galinhas, reparando no velho celeiro que precisa de conserto. Vivian cozinha em silêncio, limpa a casa, cuida das plantas do jardim abandonado, tentando encontrar alguma rotina em meio à incerteza.Mas naquela noite, o céu está limpo, salpicado de estrelas. A lareira improvisada estala baixinho na sala. Vivian está enrolada em um cobertor velho no sofá. Alan entra, com as mãos cheias de lenha, o olhar cansado, mas diferente, menos sombrio.Ele senta-se no chão, diante dela, com as pernas cruzadas e o olhar baixo, como um homem em julgamento. O silêncio pesa por um instante, até ele erguer os olhos e d
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