O celular de Marta vibra ininterruptamente no interior da bolsa preta largada sobre a poltrona. Ela não ouve. Não sente. Está deitada, olhos fechados, num mundo onde só existe música suave, óleo de calêndula e as mãos precisas da massoterapeuta. Mas do lado de fora, o mundo de Jonathan já desmoronou três vezes em menos de uma hora.Após um dia cheio no escritório, almoço com uma executiva sedutora, Marta se despede de Mônica, a secretária da presidência, com um sorriso leve.— Até amanhã, Mônica. E vê se vai para casa hoje, hein?— Só se você for também! — responde Mônica, rindo.Marta desce de salto firme até o estacionamento, onde sua RAM preta a espera. A porta se fecha, o ronco do motor ecoa suave. Ela dirige até o shopping para "desligar um pouco", como costuma dizer. A noite está agradável, e o cheiro de liberdade a acompanha como um perfume novo.No shopping, ela se entrega ao prazer de andar sem rumo. Experimenta vestidos, compra dois pares de sapatos, testa um perfume. Depois
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