O céu escurece como um pano de veludo, engolindo lentamente os últimos traços dourados do entardecer. As luzes da cidade tremeluzem à distância, como se vacilassem diante da noite que se impõe com força. No banco traseiro do carro, Islanne observa tudo com a expressão dura de quem passou o dia dominando salas de reunião, assinando decisões que impactam milhões. Mas agora, naquele silêncio raro, há algo em seu olhar que escapa ao controle. Uma dúvida. Um vazio. Um chamado.
Dante dirige com discrição. Ela o dispensou minutos atrás, mas ao chegar no seu carro, ele a aguardava, mas conhece bem o humor da chefe e sabe que há momentos em que o silêncio é a única companhia bem-vinda. O carro segue em direção à mansão dos Schneider, e quanto mais se aproxima, mais Islanne sente o peito apertar, não de ansiedade, mas de um sentimento ainda mais raro: ternura. Ela não sabe explicar por que decidiu ir até ali. Não exatamente. Só sabe que precisava ver. Precisava tocar com os próprios olhos aquil