— Você pediu um técnico, jovem dama? — A voz brincalhona do Matt me desperta, e quando o olhar dele cruza com o meu, eu quase entro em combustão. Sinto o rosto esquentar, como se cada segredo da última meia hora estivesse estampado na minha testa.Ele dá um passo para dentro e para por um momento, como se tentasse decifrar alguma coisa em mim.Meu Deus… que vergonha.— Você andou aprontando alguma coisa para estar com essa cara? — pergunta ele num tom cheio de malícia, cruzando os braços e me encarando.Minhas lembranças ainda estão vivas demais: o calor das mãos do Ryan, a voz rouca contra o meu ouvido, o jogo perigoso que ele sempre ganha. Basta pensar que, por um triz, o Matt quase nos pegou no flagra para um arrepio gelado correr pela minha espinha.— O quê? Claro que não! Você que anda vendo coisa demais… — respondo apressada, quase engasgando. Dou um passo para trás e fecho a porta atrás dele, como quem tenta trancar os próprios pensamentos.A meia fina que antes prendia a cinta

O Ryan fica me observando, parece hipnotizado. Há um brilho intenso em seus olhos, como se ele pudesse ver cada pensamento que passa por mim.— Teus olhos brilham. Você está muito... atraente.Eu me contento em dar um sorriso, sentindo meu estômago dar um leve salto. Por que será que na boca do Ryan, essas frasezinhas curtas e simples ganham um imenso poder? Seu tom rouco me causa um arrepio que eu tento disfarçar.Eu disfarço fazendo um som com a garganta e me ajeitando em minha cadeira, como se precisasse ocupar as mãos para conter a eletricidade que percorre meu corpo.Ele pega a taça de champagne delicadamente e a direciona a mim. A luz ambiente reflete no cristal, espalhando brilhos dourados entre nós. Eu rapidamente faço o mesmo, sentindo o toque fresco da taça em meus dedos quentes.— A esta noite que promete ser deliciosa. — Seu olhar prende o meu.— Às delícias do presente e do futuro… — Eu digo, num tom baixo, quase conspiratório, sentindo um calor gostoso preencher meu peit

Quando chegamos ao apartamento do Ryan, meu coração dispara descontrolado contra o peito. Seria a espera por esse momento? A excitação acumulada por essa noite que já começara cheia de surpresas e segredos? Não sei. Mas sei que o simples fato de estar aqui, sozinha com ele, já me faz arder.Ele fecha a porta atrás de nós num clique suave que ecoa pelo cômodo elegante e espaçoso, mas o som que realmente me prende é o da sua respiração tranquila atrás de mim.— Sente-se. Quer beber alguma coisa? — a voz dele soa rouca, cheia de segundas intenções.— Gostaria muito — respondo num fio de voz, mas em vez de sentar, sou atraída até a enorme vidraça. A vista noturna da cidade cintila como um tapete de luzes. Por que será que tudo que o rodeia parece sempre tão único e irresistível?Sinto quando ele se aproxima por trás — o calor da sua presença, o perfume inebriante que me dá um arrepio antes mesmo que ele me toque.— É lindo, não é? — ele pergunta num sussurro tão baixo que parece uma caríc

Esta manhã, estou tão alegre! Ontem à noite fui beber com o Matt num bar onde a banda do Colin costuma ensaiar. O lugar tinha aquele jeitão meio rústico, com cheiro de madeira antiga e som de guitarra ecoando nas paredes. Foi divertido. Conheci o Adam, um cara espirituoso que conseguiu me fazer rir de verdade. Ele é bem diferente do Colin, que, como sempre, não estava muito falante comigo. Aliás, ele mal abriu a boca. Também conheci um pub com um clima bem rock and roll, luz baixa, músicas clássicas, gente com tatuagens interessantes e um barman que parecia saído de um videoclipe antigo. Às vezes, me pego pensando se atrapalho o Colin... se minha presença o incomoda de alguma forma. O Matt sempre diz que não, que o Colin é... bem, o Colin. Mas, mesmo assim, eu não consigo evitar de manter um pé atrás com ele. De qualquer forma, isso não impediu os meninos de começarem uma batalha de goles, uma disputa animada de quem aguentava mais bebida. Eu, claro, fui a responsável por marcar os

Minha respiração entrecortada preenche o silêncio do carro, entregando sem pudor o quanto meu corpo está em brasa. Me inclino sobre o Ryan e puxo a pequena alavanca ao lado do banco, ele reclina num estalo, caindo de costas com um leve susto, enquanto um sorriso se forma em meus lábios.Meus cabelos caem para frente, deslizando sobre seu peito. Pego-o pela gola da camisa, trazendo-o até mim num beijo faminto, com gosto de pressa e desejo. Sinto seus músculos abdominais contraírem, duros, sob o tecido.— Eu quero você, Ryan.Seus olhos acinzentados me observam com atenção. Ele me lê, como se ainda ponderasse se me deixaria comandar o jogo. Mas logo sua mão quente sobe lentamente pelas minhas coxas, e eu sinto seu toque como eletricidade viva. Ele me deseja, tanto quanto eu o desejo.— Você está mesmo pensando em abusar de mim dentro desse carro, senhorita?— Aqui e agora, senhor. Sem interrupções.Estamos perto demais, e mesmo sem ver todo o rosto dele, seus olhos dizem tudo: profundos