MORPHEUS— Companheira. — Meu lobo uivou novamente dentro da minha cabeça.Foi então que o cheiro de lavanda dela entrou pelas minhas narinas, provocando todos os meus sentidos. Senti algo que nunca havia sentido antes. O perfume dela era inebriante, e tudo o que eu queria era me enrolar ao redor dela. Dei alguns passos em sua direção, mas parei quando me lembrei de que não aceitava presentes da suposta deusa da lua. Ela destruiu minha vida.Resmunguei e virei de costas para a garota estirada na grama. Meu lobo choramingou dentro de mim, ficando cada vez mais agitado. Se eu soubesse uma maneira de arrancá-lo de dentro de mim, eu faria isso na mesma hora. Me afastei da garota deitada na grama, repetindo para mim mesmo que eu não me importava, que eu não a queria.— Ela pode estar em perigo. — Disse meu lobo.Tentei bloqueá-lo, mas não consegui. Ele continuava uivando na minha cabeça enquanto eu me embrenhava mais fundo na floresta. Mas minha mente permanecia nela. Eu pensava se deveria

MILDREDSoltei um grunhido e apertei os olhos com mais força enquanto minha cabeça latejava. Esfreguei a área de onde vinha a dor, e meus dedos ficaram manchados de uma pasta. A consciência foi voltando aos poucos, assim como minhas memórias. Eu estava fugindo do palácio. Onde eu estava? Eu nem conseguia lembrar a última coisa que me aconteceu. Onde eu estava? Será que me encontraram e me levaram de volta ao palácio? Mas eu sabia que o colchão em que estava deitada era fino demais para ser de um palácio.Abri os olhos, mas não reconheci onde me encontrava. O teto parecia o de uma caverna, e isso me confundiu. Eu tinha certeza de que desmaiei em um campo. Meu estômago roncou, me lembrando da fome que sentia antes de perder os sentidos. Consegui me sentar e limpei os olhos. Talvez algum guarda tivesse me encontrado, mas era estranho, já que eu não estava amarrada. Olhei ao redor e quase gritei quando vi uma criatura meio-humana dormindo num canto da caverna.Como eu não ouvi ele roncando

MILDREDEle se virou rapidamente e me lançou um olhar feroz assim que minha mão o tocou. Isso me assustou um pouco, e eu dei alguns passos para trás, sem querer provocá-lo. Aquele homem era alto e imenso — maior do que qualquer outro homem que eu já tivesse visto, então fazia sentido sentir um pouco de medo dele, sem contar com aquela barba horrível e o rosto rude. Ele poderia facilmente me partir ao meio.— Estou com fome. — Reclamei, já me sentindo frustrada.Eu não sabia o que fazer, mas tinha certeza de que não conseguiria ficar com aquele homem, senão morreria de tédio. A gente nem conseguia se entender. Quando ele apenas me olhou, eu toquei meu estômago e bati os dedos nos lábios. Ele resmungou e virou as costas, sem qualquer outra reação. Fiquei ali parada, olhando perplexa para aquele enorme par de costas. Ele simplesmente me ignorou? Eu não desistiria tão fácil assim.— Com licença! — Chamei, e fui atrás dele com passos pesados. — É assim que você trata uma dama? Não vai nem a