MILDRED
Sentei-me em um canto, mordiscando a carne assada que aquele homem rabugento e bestial me deu, e fiquei observando ele com o garoto que parecia ter mais ou menos a minha idade, ou até menos. Eu não entendia por que aquele homem era tão mal-humorado e frio. Por que ele precisava se apresentar de forma tão desleixada? Já o detestava por me tratar como se eu não valesse nada. No palácio, eu recebia respeito demais e, se ele estivesse em qualquer lugar próximo do palácio do meu pai, já teria sido decapitado.
O garoto continuava me olhando, mas desviava o olhar sempre que eu o encarava. Quando nossos olhares finalmente se cruzaram, sorri para ele, e ele retribuiu com um sorriso tímido. O homem alto se levantou e foi embora sem dizer uma palavra.
— Oi, meu nome é Odin. Venho da vila que fica a alguns quilômetros daqui. — Disse o adolescente, aproximando-se de mim.
Finalmente me senti aliviada por encontrar alguém com quem eu pudesse conversar, alguém que não me tratasse com frieza. O