POV LEONARDO.
Eu bati na porta do escritório do meu pai e entrei sem esperar permissão. O ambiente era sombrio, com a luz do fim de tarde entrando pelas persianas. Meu pai não estava lá — ele já devia estar a caminho do aeroporto com minha mãe. Mas Victor (Mago) estava.
Ele estava de pé, encostado na parede, os braços cruzados, o rosto uma máscara de culpa e cansaço. Parecia que não dormia há duas semanas, e a cena na Bahia o tinha quebrado de vez.
Eu me sentei na grande cadeira de couro atrás da mesa, a cadeira do Patrão. Era a primeira vez que a ocupava com um súdito na minha frente.
— Fica de pé. — minha voz fria. Ele era um traidor, mas também meu irmão de armas. Eu tinha que manter a pose.
— Você não tem desculpa, Victor. Você ajudou a Amanda a fugir. Você deu a moto. Você sabia que ela estava levando a dívida para fora do morro. Você me traiu.
Victor não tentou se defender da acusação principal.
— Eu traí, Léo. Mas não você. Eu traí a tua ordem, sim. Mas eu não traí nossa