LEONARDO Apenas peguei meu uísque na mesa e bebi. Foi quando Victor, meu braço direito, se aproximou da mesa, o rosto fechado, respirando fundo. Ele parecia tenso, mas leal. — Léo, preciso te falar uma fita agora. É da Amanda. — Victor evitou meu olhar. Eu franzi a testa, largando o copo. — O que foi? Deu caô na pista de novo? — Não é caô. É que a Amanda... ela tá muito pilhada com a amiga dela. A Emily. Não sei o que essa garota meteu na cabeça, mas ela tá falando que vai sair do morro amanhã de manhã. Disse que não aguenta mais essa vida. E ela tá lá embaixo, brava, chorando, esperando a Amanda pra ir embora. O nome me atingiu no meio da testa. Emily. O nome que eu devia ter guardado por nove anos. A garota que correu de mim quando cheguei. Olhei para baixo, onde Victor apontava discretamente. Naquela cadeira isolada, perto da barraquinha de bebidas, estava a mesma garota que tinha passado apressada pelo camarote. Cabelo na cara, ombros tensos. Ela era pequena, mas a postura er
Ler mais