Capítulo 107 — Ecos da Verdade
O vento cortava o silêncio da madrugada.
A tempestade havia cessado, mas o céu ainda carregava nuvens densas, escondendo o brilho da lua.
No alto de um penhasco, uma pequena cabana abandonada servia de abrigo para Helena e Miguel.
A madeira úmida rangia com o peso da noite, e o ar frio entrava pelas frestas das janelas.
Helena estava sentada diante da lareira, observando as chamas vacilantes.
O fogo lançava sombras dançantes sobre seu rosto cansado, marcado por ferimentos e olheiras profundas.
Miguel, do outro lado, tentava sintonizar um rádio antigo que havia encontrado entre os destroços do helicóptero.
— Nada… — murmurou ele, batendo no aparelho.
— Eles vão nos procurar, não vão? — perguntou Helena, sem desviar o olhar das chamas.
Miguel suspirou, largando o rádio sobre a mesa.
— Vão. Mas não como amigos.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, pensativa.
Desde a explosão da base, o mundo parecia ter perdido o equilíbrio.
Fernando estava morto. Par