Capítulo 105 – O Eco do Passado
A noite caiu sobre a cidade como um véu pesado. A lua, coberta por nuvens, mal iluminava as ruas silenciosas. Dentro de um pequeno apartamento no centro, Helena dormia — ou tentava.
O vento batia nas janelas, fazendo-as ranger. Cada som, cada sombra parecia ter vida. Desde o confronto com Ricardo, o sono vinha como um inimigo. Fechava os olhos e via flashes: fogo, tiros, sangue.
Ela se virou na cama, abraçando o travesseiro, tentando se convencer de que estava segura.
Mas o passado, por mais que fosse enterrado, sempre encontrava um jeito de escavar o chão da alma.
Miguel dormia no sofá da sala. Disse que ficaria ali por precaução — uma forma de garantir que nada aconteceria a ela. Helena insistira que não havia mais perigo, mas, no fundo, ela sabia que era mentira.
O mal nunca desaparece completamente. Ele se transforma, espera, observa.
O relógio marcava 3h12 da manhã quando o som de um celular vibrando quebrou o silêncio.
Helena abriu os olhos. Era o