A festa, que antes parecia tão leve, agora pesava como um véu de mentiras sobre os ombros de Daniel. Quando a amiga de Clara mencionou o noivado — "Quando mesmo vai ser o casamento, Clara? O Eduardo já escolheu o lugar?" —, o mundo dele desabou em câmera lenta. Ele viu o rosto de Clara se contrair, os olhos arregalados de pânico antes de ela forçar um sorriso e responder algo vago sobre "datas indefinidas".
Daniel fingiu não ter ouvido. Continuou sentado, os dedos apertando o copo de plástico até amassá-lo. Sorriu quando alguém riu, acenou quando cumprimentado, mas sua expressão era de um homem condenado.
O Silêncio no Carro
Clara insistiu para levá-lo para casa, mas ele recusou com um "Não quero atrapalhar seu noivado" disfarçado de brincadeira seca. Ela tentou protestar, mas ele já chamara um táxi. No carro, enquanto ela o ajudava a entrar, seus dedos se encontraram por um instante. Daniel puxou a mão como se tivesse tocado em fogo.
— Daniel, eu posso explicar— ela começou, voz baix