Dante pagou a conta.
— Vamos dormir aqui.
— Aqui? Achei que iríamos seguir viagem.
— O clima está ruim para sair à noite. Logo mais vai escurecer. Você tem pressa para ver seu noivo?
— Não… é só que achei que você estava com pressa.
— Não estou. Acho que devíamos procurar um bom hotel.
Assim, os dois seguiram para o carro. Dante caminhava calado, passos longos; Angeline o acompanhou em silêncio. Ele dirigia sempre olhando pelo retrovisor. Angeline não percebeu, seus olhos estavam nas lojas e cafés espalhados pela avenida.
No hotel:
— Dois quartos. Dante pediu, passando o cartão black.
Angeline o olhou surpresa, mas não disse nada ali.
No elevador:
— Você pediu dois quartos… Ela disse.
Dante a encarou, levantando as sobrancelhas.
— Você queria dormir comigo?
— Não é isso! É que… lá em Liège…
— Ah… pode dormir no meu quarto, se quiser. Desde que prometa não me agarrar. Dante saiu pela porta do elevador assim que se abriu.
— Ora, você é muito convencido! Ela resmungou, saindo atrás dele.