Os dois permaneceram calados, cada um preso em seus próprios pensamentos.
O barulho suave do lago e o murmúrio distante das conversas ao redor pareciam preencher o que eles não diziam. Depois de alguns instantes, Dante colocou os óculos escuros, um gesto simples, mas que Angeline entendeu de imediato: era hora de ir.
Ainda em silêncio, levantaram-se e caminharam lado a lado até o carro. Dante abriu a porta de trás para ela, mas Angeline deu a volta e entrou no banco do carona. Ele arqueou uma sobrancelha, um meio sorriso lhe escapando.
— Claro… por que facilitar? Murmurou, fechando a porta com calma.
Ela riu, satisfeita, lançando-lhe um olhar travesso, o tipo de olhar que dizia que não se deixaria conduzir tão facilmente.
Seguiram viagem sem trocar palavra. Angeline observava o mundo pela janela: os campos abertos, os vinhedos, e pequenas vilas que se misturavam à estrada.
— Para onde estamos indo? Perguntou enfim, sem olhá-lo.
— Lucerna. Respondeu ele, direto.
Ela virou o rosto,