A porta se fechou com um estrondo, selando-me no silêncio opressor da minha própria casa, um refúgio que agora se transformava em prisão. As lágrimas, represadas até então por uma força de vontade sobre-humana, romperam a barreira e inundaram meu rosto. A mão na boca, mordida com força bruta, silenciava meus soluços desesperados, um esforço silencioso para não acordar meu pai, mergulhado num sono profundo no sofá da sala. O quarto de Mávie, estranhamente trancado, era um prenúncio do terror que me aguardava.
Meu quarto, um cubículo minúsculo que abrigava tanto a minha cama quanto os mantimentos da despensa, me recebeu em seu abraço poeirento. Um espirro violento, provocado pela poeira densa, me fez tossir. Sacudi a cama, numa tentativa inútil de afastar a sujeira física que refletia a sujeira da minha alma. Deitada, os olhos fixos no teto branco e desbotado, as imagens da noite anterior me assaltavam, cruéis e implacáveis.
O homem, o cheiro nauseabundo de seu hálito, o contato rep