O ronco do motor era o único som que quebrava o silêncio daquela fuga desesperada. A imagem de Sofia, emaranhada em meus lençóis, ainda me assombrava. Seu corpo colado ao meu, a entrega completa, o grito apaixonado – “Eu te amo!” – ecoava na minha mente como um insulto à minha razão. Não podia, não devia. Roxana, o acordo, o futuro da família... tudo isso pesava mais que qualquer desejo passageiro.
A velha ponte, meu refúgio solitário, oferecia apenas um breve respiro. A água escura refletia a tormenta em meu interior. Cada batida do meu coração era um grito silencioso de culpa e desejo. A lembrança dos nossos lábios entrelaçados, do movimento lento e cadenciado que culminou no ápice do prazer, me queimava por dentro. Era uma lembrança tão vívida, tão real, que quase conseguia sentir o calor do seu corpo contra o meu.
Mas eu tinha que me afastar. Era uma questão de sobrevivência. Não podia me permitir amar Sofia, não podia permitir que ela me amasse. O casamento com Roxana e