OLIVIA
— Você me assustou... — Lupita tinha acabado de se afastar quando soltei um suspiro e, de repente, meu pai surgiu do nada.
Eu ainda estava traumatizada pelo que acontecera em nossa antiga casa e, por isso, pessoas aparecendo de repente continuavam a me assustar.
— Sinto muito.
Recebi Lilly de volta, sentindo o peso da infância que ficara para trás: minha bebê crescera rápido demais, justamente enquanto levávamos aquela vida errante, sempre na estrada, trocando de casa como quem troca de roupa, sem nunca criar raízes.
— Já passou da hora de decidirmos que ela deve partir.
Surpresa, olhei para cima, encontrando o olhar dele. A diferença de altura era evidente, pois meu pai era alto, e eu, com um metro e setenta e três, tinha herdado a média da minha mãe, que também não era propriamente baixa.
— De um lado, ela se comporta como uma adolescente apaixonada. Do outro, você como a mãe que impõe limites. É inevitável que guarde ressentimento, tanto por acreditar que você apoia o seu mar