NICK
— Saia de cima. — Murmurei com a voz abafada, embora a irritação fosse impossível de disfarçar. Ela persistiu em beijar e sugar o meu pescoço, gesto que apenas intensificou o fogo da minha impaciência. Quem, em nome do céu, ela imaginava ser para supor que poderia reivindicar o meu coração? Que credenciais possuía para acreditar que o merecia? Eu mal a conhecia, e mesmo assim já se mostrava ambiciosa, convencida de que conquistaria aquilo que não lhe pertencia.
Afastei as mãos dela do meu corpo com a maior delicadeza que consegui reunir.
— Eu disse, saia de cima de mim. — Rosnei em um tom perigosamente baixo. Ela franziu as sobrancelhas, confusa, mas não me importei. Já a afastava mais a cada segundo.
— Nick, o que aconteceu? — Perguntou ela. Permaneci em silêncio, desci do carro dela, e ela me imitou. Ergui o rosto para o céu noturno e inspirei fundo.
— Nick, você pode, por favor, me dizer o que fiz de errado? — Suplicou. Encarei-a; o rosto antes radiante agora exibia tristeza e