NICK
Já se passara um mês desde o incidente com Samuel, e eu continuava tentando marcar algo com a doutora, porém ela se mostrava cada vez mais esquiva. Cansado dos joguinhos, avisei que, se não tivesse a menor intenção de ficar comigo, dissesse logo, para que eu parasse de insistir.
A boa doutora, percebendo que eu não entraria na dança, alegou ter a agenda abarrotada por causa do trabalho. Eu não podia me importar menos. Éramos dois adultos; o mínimo que poderíamos fazer era agir como tais.
Se alguém não gosta de uma pessoa ou de alguma situação, basta falar em vez de fazer o outro perder tempo. Naquele momento, eu permanecia sentado em um restaurante italiano aguardando por ela. Segundo a pesquisa que Owen realizara, a doutora apreciava comida italiana, então ele reservara o local para nós.
Preciso admitir: o salão era bonito, com ar sofisticado. Uma música clássica suave preenchia o ambiente, sem que se descobrisse de onde vinha, conferindo serenidade e tranquilidade aos clientes.