O céu já começava a mudar de cor quando Vinícius ligou o carro para voltarem ao apartamento.
Clara ajeitou o cinto, tentando manter a postura, mas seu corpo ainda vibrava com a tensão acumulada na consulta, com a forma como ele havia tirado a camisa, com o olhar que se estendeu entre eles por segundos longos demais.
O silêncio dentro do carro não era confortável — era denso, quase palpável.
Vinícius dirigia com atenção absoluta à estrada, mas cada movimento dele parecia calculado.
Clara observava o perfil dele de relance: o maxilar firme, o olhar focado… e aquela sutileza constante de análise que a deixava inquieta.
Foi então que seu celular vibrou dentro da bolsa. Um som curto, mas que atravessou seu peito como um choque.
Clara disfarçou, abaixando um pouco o rosto como quem apenas arruma o cinto.
A mão deslizou devagar até a bolsa, abrindo o zíper no menor som possível.
Outro toque — uma segunda vibração.
Vinícius desviou o olhar por um segundo, apenas o suficiente par