O sol ainda nem havia tocado totalmente as janelas quando Clara abriu os olhos.
Por um instante, não soube dizer se havia dormido bem ou se apenas apagara de exaustão.
O gosto do beijo da noite anterior ainda parecia presente — doce e perigoso como uma promessa que ela não deveria ter aceitado.
Vinícius já estava de pé.
Ele ajeitava a camisa social em frente ao espelho com movimentos tranquilos demais.
Quando percebeu que Clara observava, aproximou-se e tocou seus lábios de forma breve — um gesto natural, que ela aceitou com hesitação escondida sob um sorriso tímido.
— Bom dia — disse ele.
— Bom dia… — murmurou.
Desceram juntos, acompanhados pelo aroma de café recém-passado.
Suzana estava à mesa, elegante como sempre, folheando o jornal.
Sabrina organizava a louça e sorriu ao vê-los.
— Dormiram bem? — Suzana perguntou, cordial, embora o olhar avaliasse mais do que as palavras.
— Sim — Vinícius respondeu antes de Clara. — E hoje vamos sair cedo. Estou voltando pa