A noite parecia normal para quem a via da janela da mansão, mas para Sebastian… nada era normal desde que seu corpo deixou de ser completamente humano. Desde que aquela presença se instalou na escuridão da sua mente, nada era silencioso, nada era calmo, nada era só dele.
A lua estava alta quando ele chegou ao topo daquela colina, alguns metros além das fronteiras da alcateia. Dali, ele via tudo: a movimentação dos guardas, o brilho das fogueiras, e, principalmente… ela.
Mara.
A luz prateada ainda pulsava sobre o campo onde a garota havia manifestado a força divina minutos antes. O cheiro do poder da Deusa ainda pairava no ar, tão real que parecia cortar sua pele.
Sebastian observava em silêncio, escondido entre as sombras das árvores. O sorriso lento que se abria em seu rosto não tinha nada de humano. Seus olhos — antes azuis — agora carregavam um vermelho profundo, um vermelho que queimava nas pupilas quando o demônio dentro dele despertava.
A voz soou.
Não com palavras normais, não