Ponto de Vista de Mara
A calmaria antes da tempestade
Acordei antes do sol nascer.
O quarto ainda estava mergulhado na penumbra suave do amanhecer, e por um instante fiquei ali, apenas observando. O ar tinha cheiro de madeira quente, pele e luar — a mistura perfeita dos meus companheiros. Apolo dormia ao meu lado, o braço pesado estendido sobre minha cintura como se me mantivesse presa ao mundo. Arthur dormia mais afastado, mas sua mão segurava a minha, mesmo no sono.
Senti um quentinho no peito. Era impossível não sentir.
Eles eram meus.
E eu era deles.
A luz fraca do sol começava a riscar a parede quando levantei devagar, sem acordá-los. Meu corpo ainda vibrava com os ecos da noite passada — o toque deles, a intensidade, o carinho e o desejo misturados. Por mais estranho que fosse para qualquer outra pessoa, para nós três aquilo era natural. Era destino.
Fui até a janela. A floresta estava silenciosa de uma forma incomum. Nenhum passarinho, nenhum lobo correndo ao longe. Era como se