Depois do milagre de Amanda, nada voltou a ser como antes. A voz da jovem ecoava pelos corredores como um cântico novo, e cada palavra que ela dizia lembrava a todos de que algo extraordinário havia acontecido.
No início, havia apenas olhares curiosos e cochichos contidos. Alguns lobos acreditavam que Amanda estava fingindo, outros que era obra de feitiçaria. Mas, pouco a pouco, os céticos se calaram. Porque os fatos eram claros: Mara tinha desejado que Amanda recuperasse sua língua — e isso acontecera.
Aos poucos, os pedidos começaram a surgir. Primeiro de forma tímida, quase vergonhosa. Um jovem lobo chamado Erick, ainda sem companheira, se ajoelhou diante de Mara numa manhã e sussurrou:
— Senhora… você pode desejar que eu encontre a minha companheira?
Mara ficou desconcertada. Não sabia o que dizer.
— Erick, eu não sou santa. Não tenho esse tipo de poder. O que aconteceu com Amanda… foi um acaso, eu acho.
Mas ele insistiu, os olhos cheios de esperança.
— Só deseje uma vez por mi