CAPÍTULO 35
Fabiana Prass
O hospital parecia ser em outro planeta, não chegava nunca. Eu já havia me esquecido como era andar por aquelas ruas tão movimentadas de São Paulo, e isso que eu andava a pé, quando morava aqui.
A todo o instante eu olhava pelo retrovisor, a minha mãe estava muito diferente da mulher que me despedi quando fui para Roma, ela parecia estar num sono profundo, não voltou a abrir os olhos, me deixando muito nervosa.
Don Antony dirigia com cuidado, olhava para o GPS, enquanto eu questionava a Rebeca dos motivos pelos quais tudo chegou a esse ponto.
— Ela começou a se esforçar demais, depois que perdemos aquele carro velho que puxávamos as coisas. Sabe como é o ritmo, e sem carro a gente começou a trabalhar de madrugada.
— Meu Deus, bem no inverno! — comentei.
— Exatamente. Ela e o pai não deixavam a gente sair de madrugada, iam sozinhos. Eu e o Maicon estávamos indo durante o dia, mas eles dormiam umas duas ou três horas e voltavam pa