Capítulo 88
Don Vinícius Strondda
A estrada sumia atrás de nós como fumaça. A cada quilômetro, o motor do Maserati urrava como se adivinhasse o destino: sangue.
Quando dobramos a última curva antes da colina dos Moretti, eu reduzi a velocidade.
Mesmo antes de ver, já sentia a presença, a força, a guerra.
— Santo Dio… — murmurou papà ao meu lado. E eu entendi o motivo do silêncio dele.
A quadra inteira estava tomada.
Carros da Strondda alinhados como um exército romano. Mais de quarenta veículos, todos pretos, todos com o brasão vermelho e preto vibrando sob a luz dos faróis.
Soldados em formação. Armas levantadas.
Rádios estalando.
Rostos tomados pela mesma sede de vingança que queimava dentro de mim.
Eu estacionei. A porta do Maserati mal abriu e já tinha gente se aproximando.
El Chapo veio primeiro, rindo daquele jeito sinistro que sempre precede uma chacina.
Débora ajustava a pistola presa na coxa, olhos de predadora.
Laura e Giulia estavam com os cabelos presos, fuzis pendurados,