CAPÍTULO 124
Lucia Bianchi Strondda
— Mandou bem, Don.
A frase escapou de mim com um sorriso preguiçoso, daqueles que nascem quando a gente reconhece competência… e também quando a gente reconhece que está segura no colo do homem mais perigoso que eu já amei.
Vinícius ainda estava com o celular na mão. A tela apagou no mesmo segundo em que ele bloqueou, mas a tensão no corpo dele não sumiu junto. Guardou o aparelho no bolso, e então caminhou até mim.
Eu estava na varanda, o mar inteiro diante de nós. Um azul quase indecente, como se o mundo estivesse tentando me seduzir também.
Ele parou perto demais, o ar mudou. Ou talvez fosse só a minha respiração por ficar tão perto.
Vinícius ergueu a mão e segurou meu queixo com firmeza — não agressivo, mas aquele tipo de controle que faz a pele arrepiar porque é escolhido. O polegar dele roçou devagar na minha mandíbula, e eu senti o calor subir como uma onda lenta.
— Bom… não era pra você ouvir — ele disse baixo, e o ol