Capítulo 78
Lucia Bianchi Strondda
Don Vinícius olhou para os seguranças e ordenou:
— Colocam as mãos sobre a mesa. Agora.
A ordem foi curta. Não hesitaram por muito tempo;
— Está louco? Nem pensar — um negou com arrogância.
— Faça alguma coisa, porra! — outro buscou ajuda com o chefe, esperando que a autoridade deles os salvasse. O chefe, que até minutos atrás rira com os clientes, permaneceu em silêncio absoluto. Olhei para ele — o homem que financiava a noite, que patrocinava a vaidade — e ele não tinha resposta. A boca se contraiu, os olhos procuraram algo, alguém; não havia salvador.
— Eu mandei — repetiu Vinícius, mais calmo do que era preciso. — Coloquem a porra das mãos sobre a mesa.
A calma na voz dele era pior que qualquer berro. Alguns dos seguranças trocaram olhares, incomodados pela clareza do comando. Foi aí que dois dos homens do Vinícius saíram da penumbra com o que parecia uma faca grande — Puta que pario! Ele não estava pra conversa. A faca sa