Capítulo 108
Don Vinícius Strondda
O silêncio depois de uma morte sempre foi algo que eu conhecia bem… era outro tipo de música.
Eu larguei a vassoura ensanguentada no chão. Giovanni Moretti jazia imóvel, o peito subindo tão pouco que parecia fingimento — ou teimosia.
Me virei para Maicon.
— Ele já foi com o diavolo? — perguntei, a voz rouca, ainda tomada pela fúria que queimava embaixo da pele. Passei mais de uma hora o torturando.
Maicon se aproximou, deu dois toques firmes com o coturno no ombro do verme e se abaixou.
— Ainda respira, Don. Bem fraco… mas respira.
Eu passei a mão na barba, respirando fundo. Estava no limite entre acabar com aquilo com minhas próprias mãos… ou deixar o destino fazer o serviço por mim.
Antes que eu decidisse, ouvi passos pesados ecoando na porta destruída.
Papà entrou. Havia saído pra verificar o perímetro com João Miguel.
O velho mafioso parou na cena como se tivesse encontrado uma obra de arte infernal — e, por um in